Friday, April 18, 2008

TIPOS DE AÇÃO MUSCULAR (CAP III)

TIPOS DE AÇÃO MUSCULAR (CAP III)

O trabalho muscular normalmente acompanha-se de um aumento da tensão intra muscular (GARDINER, 1995). Quando o aumento é acompanhado de uma mudança no comprimento do músculo, diz-se que a contração é isotônica. Já no momento em que a tensão muscular é aumentada, sem que haja alteração no comprimento do músculo (a força de contração é exatamente igual e oposta às forças contrárias a ela), denominase contração isométrica. Segundo CANAVAN (2001), neste tipo de contração, não há alteração no comprimento de um músculo, o músculo gera força, que trabalha para estabilizar uma articulação.

TRABALHO ISOMÉTRICO
O trabalho estático (isométrico) é mais econômico do que qualquer outro tipo de contração isotônica (concêntrica e excêntrica), mas é fatigante quando mantida por períodos longos. Este tipo de contração quando realizada contra resistência máxima fornece o método mais rápido para se obter a hipertrofia muscular dos músculos, em um determinado ponto de amplitude (BIENFAIT 1993).
A velocidade de encurtamento presente em uma contração isométrica é zero. Nessa ação, as pontes cruzadas de miosina são formadas e recicladas, produzindo força, mas a força externa é muito grande para que os filamentos de miosina possam ser movidos. Eles permanecem em posição normal e, por essa razão, o encurtamento não pode ocorrer (WILMORE E COSTILL, 2001).
Segundo TRIBASTONE (2001), um músculo que trabalhe habitualmente em contração isométrica ou estática, com movimentos lentos e de pouca amplitude, com o tempo aumenta o volume do seu sarcoplasma. Isso ocorre devido à necessidade do músculo, em solicitar glicogênio e oxigênio diretamente do seu sarcoplasma. Resultando em um aumento bastante significativo da potência muscular.

TRABALHO DE FORÇA (POTÊNCIA)
O treinamento de força tem um impacto positivo, não só no músculo esquelético, mas também na excitação neuromotora, na integridade, na viabilidade do tecido conjuntivo e inclusive na sensação de bem-estar individual (FRONTERA, DAWSON e SLOVIK, 2001).
Para propósitos conceituais, defini-se força, como "a habilidade do músculo esquelético em desenvolver potência, com o objetivo de fornecer estabilidade e mobilidade dentro do sistema musculoesquelético” (FRONTERA, DAWSON e SLOVIK, 2001). Para WILMORE e COSTILL (2001), força é definida como a capacidade máxima que um músculo ou grupo muscular pode gerar.
Nas atividades musculares funcionais, vários músculos anatomicamente diferentes colaboram. As partes do grupo muscular que agem em sinergismo podem mudar com a posição do membro.
Conseqüentemente é muito difícil predizer, de considerações teóricas, a posição de trabalho mais eficiente que irá produzir a maior força. Esta função
depende do número de unidades motoras ativadas e de suas freqüências de contração (LUCENA, 1999).

Formas de Força
A força, nas suas formas de manifestação, pode ser dividida em diferentes tipos, de acordo com a forma de observação: (1) sob o aspecto da parcela de musculatura envolvida, diferencia-se força geral de local (músculos isolados, ou grupos musculares); (2) sob o aspecto de especificidade da modalidade esportiva, força geral e especial; (3) sob aspecto do tipo de trabalho do músculo, força dinâmica e estática (WEINECK, 2000).
A força máxima estática que um músculo é capaz de desenvolver está diretamente relacionada à área de secção transversa do músculo, que é composta sumariamente das secções transversais das diversas UM (WEINECK, 2000). O diâmetro da fibra muscular de uma mulher equivale, em média, a cerca de 75% do valor do homem. Como conseqüência do aumento da secção transversa (em função da hipertrofia das fibras) a força total do músculo aumenta (MELLEROVICZ e MELLER, 1979).
Os fatores mecânicos do tipo de contração muscular, do comprimento muscular e da velocidade de contração afetam a habilidade do músculo para gerar força. Há um comprimento favorável e uma velocidade favorável no qual o maior número de pontes cruzadas entre as moléculas podem ser formados (FRONTERA, DAWSON e SLOVIK, 2001).
A força também surge da interação entre o sistema musculoesquelético e o sistema que fornece o suporte neurológico, metabólico e hormonal. Os efeitos da idade, o desuso, a imobilização e o trauma musculoesquelético exigem consideração especial, por causa de seu impacto imediato e direto na função muscular (CANAVAN, 2001).
A força máxima é alcançada entre as idades de vinte e trinta anos. Na mulher adulta, a força de qualquer grupo muscular é menor do que no homem da mesma idade. Em média a força muscular da mulher é cerca de dois terços a do homem e reduz-se com a idade (LUCENA, 1999; POWERS e HOWLEY, 2000).
O resultado mais óbvio do treinamento de força é um aumento na capacidade funcional do músculo em gerar força. Essas alterações são provocadas por uma variedade de efeitos fisiológicos, desencadeados na musculatura esquelética (CARVALHO, SHIMANO e VOLPON, 2002).

REMODELAMENTO MUSCULAR
Todos os músculos do corpo estão sob remodelamento contínuo para que melhor possam atender o que lhes é exigido. Seus diâmetros são modificados, seus comprimentos são alterados, suas forças são variadas, suas vascularizações são modificadas e, até mesmo, os tipos de suas fibras são mudados, pelo menos em pequeno grau (GUYTON e HALL, 2002).
A maior parte da evidência sugere que a única maneira de transformar efetivamente uma fibra CR numa fibra CL, ou vice-versa, reside em produzir
uma inervação cruzada entre as duas fibras. Isto significa que o nervo que inerva originalmente uma fibra é transplantado para inervar à outra. Essa
teoria ainda requer mais estudos em humanos para sua comprovação (FOX e
MATHEWS, 1983).
O que sabe é que o treinamento induz a um aumento no tamanho e nas capacidades funcionais dos respectivos tipos de fibras, sem aparentemente transformar um tipo em outro (FOX e MATHEWS, 1983).
Os efeitos fisiológicos desencadeados na musculatura esquelética, durante períodos de treinamento de fortalecimento, incluem (1) fatores neurais, (2) aumento muscular (hipertrofia) e (3) hiperplasia.

FATORES NEURAIS
A tese de que fatores centrais são de significância decisiva para o desenvolvimento da força também está baseada na observação de que a força pode aumentar sem uma hipertrofia proporcional do músculo. A explicação destes resultados pode ser que um ganho de força após um programa de treinamento é devido não somente a mudanças no tecido muscular mas também a uma modificação no tráfego de impulsos que alcançam os motoneurônios (LUCENA, 1999).
As adaptações neurais relacionadas ao treinamento de força incluem, um recrutamento aumentado das UM e sincronização da descarga destas (POWERS e HOWLEY, 2000).

HIPERTROFIA MUSCULAR
À medida que a eficácia dos elementos neurais melhoram, ocorre a hipertrofia do músculo esquelético. Uma maior tensão do músculo geralmente é considerada como estímulo para a hipertrofia (WEINECK, 2000).
Embora o mecanismo exato da hipertrofia muscular ainda não esteja definitivamente esclarecido, é provável que cada estímulo externo extensivo
acima do limiar desencadeie uma reação no músculo. Essa reação consiste num aumento da posição afetada pelo estímulo, e com isto, uma nova carga
futura pode ser melhor enfrentada (WEINECK, 2000).
Observa-se o aumento do músculo (hipertrofia) devido principalmente a um aumento na área transversal de cada fibra muscular. Ocorre o engrossamento de cada fibra, com o aumento das miofibrilas. No músculo não treinado as fibras variam consideravelmente de diâmetro (FOX e MATHEWS, 1983; WEINECK, 2000).
As mudanças que resultam no aumento do tamanho da fibra muscular, podendo ser superior a 100% (aumento do diâmetro), incluem: (1) remodelação das proteínas musculares (actina e miosina), (2) aumento no tamanho e no número de miofibrilas por fibra muscular, (3) aumento da densidade capilar, (4) aumento quantitativo de substâncias (há um aumento na quantidade de glicogênio, mioglobina em músculos treinados), (5) aumento no número de sarcômeros, e (6) aumento na quantidade e força dos tecidos conjuntivos, tendinosos e ligamentares (MELLEROVICZ e MELLER, 1979; FOX e MATHEWS, 1983).
Embora a hipertrofia, seja verdadeira tanto para o homem, quanto para mulher, o fenômeno é muito menos pronunciado na mulher. Isso porque a hipertrofia muscular é regulada principalmente pelo hormônio testosterona, cujos níveis são cerca de 10 vezes mais altos no sangue de homens normais do que no de mulheres normais. Como outros fatores a serem considerados temos: (1) a menor quantidade de massa muscular nas mulheres e (2) maiores reservas de gordura subcutânea (FOX e MATHEWS, 1983; POLLOCK e WILMORE, 1993).

Teorias sobre o Processo de Hipertrofia Muscular
Observações de biópsias musculares confirmaram o argumento de que uma fibra de contração rápida antes do treinamento continuará sendo uma fibra de contração rápida após o treinamento, com a mesma afirmação sendo verdadeira para as fibras de contração lenta. Entretanto, estudos adicionais sugerem, mudanças nas propriedades bioquímicas e fisiológicas das fibras musculares, com uma transformação progressiva do tipo de fibra durante o treinamento (MAcARDLE, 1998). Achados sugerem que o treinamento específico (e talvez a inatividade) podem induzir uma transformação verdadeira das fibras tipo I para tipo II (ou vice-versa). É necessária mais pesquisa antes de poder emitir opiniões definitivas acerca da natureza permanente da composição de um músculo em termos de fibras (MAcARDLE, 1998).
POLLOCK E WILMORE (1993), concluíram que a hipertrofia é resultante tanto de um aumento da síntese protéica, quanto de uma redução no catabolismo de proteínas.
O que ocorre efetivamente é o aumento da área de secção transversa (principal fator para o aumento do músculo) das fibras do tipo I e do tipo II.
Além disso, observa-se uma resposta metabólica dos dois tipos de fibra, com
uma conversão das fibras do tipo IIb para fibras do tipo IIa, indicando um aumento na capacidade oxidativa, após o treinamento de força (GUYTON E
HALL, 2002).
A hipertrofia da fibra muscular é maior nos métodos de treinamento de força, onde a decomposição de ATP é mais intensivamente exigida, como no caso, por exemplo, da eletroestimulação. Com o treinamento de força pela eletroestimulação neuromuscular (EENM), ocorre não apenas uma hipertrofia das fibras musculares, mas também um aumento do sarcoplasma e da quota
absoluta de tecido conjuntivo (WEINECK, 2000).

Pontos Positivos do Processo de Hipertrofia
A hipertrofia muscular pode ajudar a melhorar o desempenho físico, adquirir novas habilidades ou compensar uma enfermidade ou lesão de outras partes do corpo (POLLOCK E WILMORE, 1993).
O treinamento em pacientes saudáveis provoca mudanças de força, durante as primeiras 6 a 12 semanas de um programa de treinamento através do recrutamento de unidades motoras adicionais e do aprendizado motor.
Nas semanas seguintes, o incremento da força muscular é resultado da hipertrofia muscular (CANAVAN, 2001).
No que refere-se a duração do estímulo (contração), preconiza-se que, a duração da contração deve ser no mínimo 30% da duração máxima possível da contração (resistência estática). Porém, o tempo de contração depende da força aplicada e da condição de treinamento do músculo (MELLEROVICZ e MELLER, 1979). Para o treinamento com força máxima, a duração da contração deve ser de 5 a 25 segundos. Para WEINECK (2000), o tempo de tensão ótimo está em cerca de 6 a 8 segundos. Já a intensidade do estímulo deve atingir cerca de 50 a 70% da força máxima.



Partindo do princípio de que tudo que é bom deve ser lido e visto, estes trechos sobre fisiologia muscular foram retirados da seguinte fonte:
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste
n. 01-2004 ISSN 1678-8265
CAROLINA DE LIMA LOPES
ESTUDO SOBRE A EFICÁCIA DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR DE MÉDIA
FREQÜÊNCIA NA HIPOTROFIA MUSCULAR GLÚTEA EM MULHERES JOVENS
CASCAVEL - 2004

BIBLIOGRAFIA

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do exercício físico em algumas propriedades mecânicas do músculo
esquelético. Revista Brasileira de Engenharia Biomédica, v.5, n. 2, p. 65-
73, 2002.

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desportos, Rio de Janeiro: Interamericana, 1983.

FRONTERA, R.W.; DAWSON, M.D.; SLOVIK, M.D. Exercício físico e
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3 comments:

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